A miopia é um defeito de refração frequente, no qual os doentes não conseguem ver os objetos focados ao longe, mas veem bem ao perto.

A miopia é um defeito de refração frequente, no qual os doentes não conseguem ver os objetos focados ao longe, mas veem bem ao perto. Neste caso o olho é muito comprido ou o conjunto córnea/cristalino são demasiado curvos. Os raios luminosos são assim focados à frente da retina, resultando numa turvação daquilo que esta mais longe. A visão dos objetos mais perto do olho é nítida.

É um defeito frequentemente familiar e tende a aumentar com o crescimento, estabilizando no início da idade adulta, a maior parte das vezes. Logo será tanto mais elevada quanto mais cedo se manifestar.

De acordo com o Myopia Institute, a miopia tem vindo a aumentar, devido às condições da vida moderna, por exemplo o uso exagerado de telemóveis e outros dispositivos, estimando-se que no futuro cerca de 50% da população seja míope, contra os atuais 30%. Pode assim tornar-se na causa mais frequente de cegueira reversível a nível mundial devido às complicações inerentes à patologia (descolamento de retina, glaucoma e catarata).

Miopia 2

Os doentes não distinguem os objetos distantes que ficam muito desfocados, cerram os olhos para ver melhor, têm dores de cabeça devido ao esforço, veem ainda pior à noite.

Nas crianças nota-se tendência para se aproximarem dos écrans e dos livros e ficam alheios ao que se passa à distância. Embora hoje em dia todos se aproximem do telemóvel e fiquem alheios ao que se passa à volta, continua a ser um sinal a atender.

Quanto maior for a miopia em criança maior será quando chegar à idade adulta.

Os adultos com miopia têm uma maior frequência de descolamento de retina. Quanto maior for a miopia maior a percentagem. No caso da miopia maligna essa possibilidade é elevada.

A miopia maligna é uma doença. O olho é muito grande, tem por vezes deformação da parede posterior (estafiloma) e são, geralmente, olhos com miopia entre as 20 e 30 dioptrias que apresentam alterações da retina, por estiramento da retina devido ao seu tamanho. Essas alterações levam, com frequência, ao aparecimento de rasgaduras e consequentemente ao descolamento de retina.

Os altos míopes têm também maior tendência para desenvolver catarata. Os dados atuais revelam que os míopes operados a catarata têm uma incidência de 2,5% de descolamento de retina nos anos que se seguem à cirurgia, dado que têm com mais frequência alterações da periferia da retina que predispõem à referida patologia. Comparativamente com 0,5% dos operados sem qualquer erro de refração.

Outra complicação mais frequente nos míopes é o aparecimento de glaucoma, sobretudo a partir da quarta década de vida.

É realmente importante um diagnóstico precoce pois o desenvolvimento da visão está diretamente relacionado com o da criança e do seu cérebro. Pelos quatro anos de idade a relação olho-cérebro está praticamente finalizada. Este fator é importante pois nos casos em que miopia é unilateral ou muito maior num olho que no outro esse olho está sujeito a ambliopia (olho com baixa visão) difícil de tratar a partir dessa idade.

Nem sempre é fácil diagnosticar um míope. Uma criança se tiver uma miopia pequena, vê o suficiente para a seu dia a dia, pois vê bem ao perto, a distância está desfocada, mas para ela é normal, pois não sabe como é ver bem, por esse motivo não se queixa e pode passar despercebida até à idade escolar. Quando chega à sala de aula e não vê para o quadro, aí sim descobre o seu problema. Esta situação é hoje em dia menos frequente. Os pediatras e os pais estão mais alerta para os sinais e para os rastreios pré-escolares, sobretudo quando há casos na família.

Embriologicamente os olhos derivam do cérebro e são, no fundo, um prolongamento dele. É o cérebro que vê e interpreta como imagem os sinais enviados pelo olho.

Daí a importância do diagnóstico precoce, pois o cérebro, habituado a receber uma imagem desfocada, tem depois dificuldade em discernir uma imagem nítida com a correção óptica adequada.

O diagnóstico, uma vez suspeitada a deficiência, é realizado, pelo oftalmologista, mediante a observação com medição da acuidade visual e a refração.

O tratamento resume-se muitas vezes, numa primeira aproximação a uma receita de óculos. Mais tarde podem ser receitadas lentes de contacto. Têm a vantagem, além da estética, de dar ao doente uma visão mais natural quanto ao campo visual e ao tamanho dos objetos. As lentes de óculos dos míopes diminuem muito o tamanho do que vemos á nossa volta. É frequente um míope que usa lentes de contacto pela primeira vez, ter dificuldades em adaptar-se à nova forma de ver. O contrário é ainda mais evidente e difícil de suportar. O portador habitual de lentes de contacto ao ser colocado perante a necessidade de usar óculos mesmo que temporariamente, vai ver o mundo à sua volta muito pequeno e tem muita dificuldade inicialmente, mesmo, para se movimentar.

A miopia é a razão mais frequente para uma consulta de cirurgia refrativa, por LASIK. Uma vez tomada a decisão, o oftalmologista terá de se certificar se é um bom candidato, ou melhor se os olhos do candidato têm condições para a cirurgia.

Há vários fatores a considerar:

Em primeiro lugar a idade. Um doente com idade inferior a 18 anos não terá ainda a miopia estabilizada e mesmo os maiores podem não estar. Por isso o ideal é que a história clínica mostre que há já uma estabilização há pelo menos dois anos. Caso contrário vamos operar o doente que fica em qualquer grau de miopia.  Não estando a miopia estabilizada, aparecer de novo, ao longo do tempo miopia, embora mais pequena que no início.  A história clínica deve ainda, despistar doenças sistémicas que possam pôr em causa a cirurgia, como por ex. º as doenças do colagénio (Lupus, esclerodermia e outras), que podem causar distúrbios estruturais da córnea.

Em segundo lugar a avaliação do grau de miopia e o estudo da córnea, no que respeita à existência de astigmatismo, espessura e regularidade da superfície, aberrações e o despiste de secura ocular (ou olho seco) A topografia da córnea tem aqui um papel muito importante pois permite-nos avaliar todos os parâmetros referidos, exceto o olho seco.

O olho seco é avaliado mediante o teste de Schirmmer (avalia a quantidade de lágrima num período de 5min). É um teste muito simples realizado no gabinete. Por outro lado, na Clínica CPO é possível fazer um exame para avaliar a presença de olho seco e qualidade da lágrima chamado Tear check.

Se não houver qualquer contraindicação o doente é então encaminhado para cirurgia por LASIK. A questão principal para a decisão tem a ver com a espessura da córnea.

Como é necessário retirar tecido corneano para moldar a córnea com o laser de excimer, a relação entre o grau de miopia (mais qualquer astigmatismo concomitante) é fundamental. Não é possível ultrapassar determinados limites de espessura sob pena de mais tarde vir a ter problemas difíceis de resolver (ectasia da córnea). Podemos nalguns casos recorrer a outra técnica com laser de excimer o PRK, que nos permite poupar um pouco mais de tecido da córnea.

Esgotadas as hipóteses de fazer laser, podemos recorrer à cirurgia de lente fáquica, a cirurgia com indicação primária em miopia mais elevadas, acima das 6 dioptrias.

Quando se trata de um míope por volta dos 50 anos, o mais indicado será a substituição do cristalino por uma lente intraocular EDOF (lente de foco alargado) que tem nestes caos excelentes resultados de visuais a qualquer distância, com a ajuda de monovisão mínima, isto é, deixamos o olho não dominante com uma ligeira miopia que favorece a visão de perto.

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