A topografia corneana é um exame complementar de diagnóstico e terapêutica que mede a curvatura e a espessura da córnea em toda a sua superfície, permitindo criar um mapeamento detalhado desta estrutura.
Este exame é realizado sob a forma computorizada, o que permite medições em múltiplos pontos da córnea e a análise da mesma. Pode ser representada em forma de gráficos de cores de modo a simplificar a sua leitura e interpretação.
A topografia corneana é um exame não invasivo, de rápida execução e em que não é necessário nenhum tipo de preparação prévia. Para se obter um exame mais fiável, é importante tratar o olho seco e os utilizadores de lentes de contacto devem fazer uma pausa na sua utilização de 2 a 4 semanas (dependendo do tipo de lente de contacto utilizada), uma vez que tanto a utilização prolongada de lentes de contacto como a qualidade do filme lacrimal podem causar alterações temporárias na superfície anterior da córnea, sobretudo de astigmatismo induzido.
Os aparelhos utilizados permitem-nos avaliar as superfícies anterior e posterior, bem como a espessura da córnea, criando um mapa tridimensional e por isso, o termo mais correto é “tomografia” corneana.
A metodologia da topografia da córnea foi desenvolvida por um médico oftalmologista e físico, António Plácido da Costa (1848 – 1915) e manteve-se até hoje. É projetado na córnea um padrão de círculos concêntricos brancos e pretos, alternados, e o seu reflexo é analisado. Qualquer alteração na superfície esférica da córnea causa distorção dos círculos projetados.
Os primeiros topógrafos começaram a ser comercializados nos anos 1980’s e têm vindo a evoluir e a melhorar a sua qualidade, mesmo assim, alguns ainda utilizam o sistema de anéis de plácido. Existem outras técnicas, utlizadas nos topógrafos mais recentes, que utilizam imagens rotativas de Scheimpflug e a tomografia de coerência óptica.