A Retinopatia Diabética corresponde a uma complicação microvascular.

A Retinopatia Diabética é a uma complicação da diabetes, doença que atinge os vasos sanguíneos e em particular  micro vascularização. É a principal causa de cegueira, evitável na população entre os 20 e 64 anos de idade.

Sabe-se que um dos fatores mais importantes é o tempo de duração da diabetes, assim 10 anos após o diagnóstico de diabetes, cerca de 25 a 50% dos diabéticos já apresentam algum grau de Retinopatia Diabética e 15 anos após o diagnóstico, esta percentagem sobe para 75 a 90%.

A Diabetes tipo 1 desenvolve-se em crianças, adolescentes ou jovens adultos, devido a alteações ao nível do pâncreas, possivelmente por alterações de autoimunidade. A Diabetes tipo 2 está associada à obesidade, alimentação inadequada, inatividade física, envelhecimento e resistência à insulina. Este tipo representa 90% de todos os casos.

A Retinopatia Diabética é uma condição que se caracteriza pelo enfraquecimento dos vasos capilares retinianos, devido às alterações provocadas por um metabolismo anormal da glicose, por existirem defeitos na produção e utilização de insulina por parte do organismo, que levam à existência de uma hiperglicemia crónica no indivíduo.

As alterações metabólicas levam a que exista uma dilatação e tortuosidade capilar retiniana, que por sua vez leva à sua disfunção. A retina reage criando novos vasos, com localização e características anormais, devido às alterações metabólicas que provocam dificuldades no fluxo sanguíneo. Estes são mais frágeis que os normais e, ao romperem provocam hemorragias ou derrames, que causam as complicações retinianas por vezes são tão graves que levam à perda da visão.

A existência de neovasos em mais de 1/3 da retina, hemorragias pré-retiniana ou vítreas são considerados sinais de alto risco.

Complicações mais frequentes derivadas da Retinopatia Diabética

  • Hemorragia de vítreo, se for pequena o doente vai apenas notar moscas volantes. Nos casos mais graves de hemorragia maciça, a visão perde-se por completo. Nem sempre a perda de visão é permanente, pois o sangue poderá ser reabsorvido, e caso não haja ainda lesões importantes da retina, a visão poderá voltar à situação anterior.
  • Descolamento de retina causado pelo tecido cicatricial estimulado pelos neovasos, que pode puxar a retina descolando-a provoca flashes e zonas de não visão e, mais tarde, perda grave de visão.
  • Glaucoma por os neovasos crescerem na zona da íris junto ao angulo criando dificuldade de excreção do humor aquoso com aumento muito significativo da pressão ocular.

A Retinopatia Diabética, na sua fase proliferativa, assim se designa a fase em que crescem neovasos, pode levar à cegueira pelas complicações inerentes.

O edema macular diabético pode aparecer em qualquer fase da Retinopatia Diabética, sendo a causa mais frequente de perda de visão e deve ser tratado pelo médico oftalmologista.

A Retinopatia Diabética não proliferativa, corresponde a uma fase inicial da doença, onde pode não existir diminuição da acuidade visual, e as lesões são poucas e dispersas. Esta é fase crucial, no que respeita ao diagnostico, e  encontrada precocemente permite o controlo da situação, evitando que o doente venha a ter perda significativa da visão.

O aparecimento de sintomas na Retinopatia Diabética significa a existência de lesões já evoluídas. Os sintomas mais comuns são queixas relacionadas com a diminuição da acuidade visual, visualização de flashes e, em situações mais graves, perda parcial ou total da visão.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da Retinopatia Diabética são:

  • O tempo de evolução
  • Mau controle da doença, com hiperglicemias médias elevadas
  • Pressão arterial elevada
  • Colesterol alto
  • Gravidez
  • Uso de tabaco

A incidência da Retinopatia Diabética continua a aumentar à escala global e prevê-se que atinja o dobro dos casos em 2030, tornando-se num grave problema de saúde publica.

Na Retinopatia Diabética, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar a perda de visão parcial ou total. É recomendado que realizem uma consulta de oftalmologia anualmente.

Nessa consulta o médico irá procurar além de outros, sinais da presença de edema macular a situação que causa habitualmente perda de acuidade visual.

Uma diabética grávida deve ser observada a cada três meses e ser seguida até um ano após o parto, pois as hiperglicemias muito altas durante a gravidez podem provocar lesões.

Durante a consulta, poderá ser necessário colocar gotas para dilatar os olhos, de modo a permitir uma melhor visualização do fundo ocular. Para além disso, poderá ser aconselhado realizar alguns exames de diagnóstico, como o OCT ou mesmo a Angiografia Fluoresceínica, que facilitam tanto o diagnóstico como a decisão terapêutica e, ainda, avaliar a progressão da doença.

Não existe cura para a Retinopatia Diabética, pois esta depende diretamente das alterações provocadas por uma patologia sistémica.

Não existe cura para a Retinopatia Diabética, pois, esta depende diretamente das alterações provocadas por uma patologia sistémica, e uma vez instalada não tem cura definitiva possível, apenas se podem controlar de alguma forma as consequências.

A melhor terapêutica é o controlo metabólico da diabetes, ao longo do tempo, pois sabemos que quanto mais tempo durar a diabetes maiores as probilidades de vir a ter complicações de retinopatia.

Os tratamentos existentes têm apenas a finalidade de controlar as complicações. Os tratamentos mais frequentes são:

  • Medicação anti-VEGF (anti-vascular endotelial growth factor) através de injeções intravítreas, estes medicamentos atrasam o crescimento de neovasos, por bloqueio do fator de crescimento;
  • Fotocoagulação laser, para tratar e destruir os neovasos e excluir zonas da retina menos importante, a periferia, sacrificando em parte o campo visual por forma a vascularização existente ser suficiente para manter a irrigação dos tecidos da parte central, e logo a sua função. Assim, reduz-se o estímulo para a criação de neovasos, evitando a progressão da doença e a cegueira, através da coagulação e posterior cicatrização, dos tecidos.
  • Vitrectomia; o recurso à cirurgia do vítreo, em casos de hemovitreo prolongado (pois o sangue muito tempo em contacto com a retina promove a formação de neovasos), e ainda nos casos de retinopatia proliferativa para remover zonas de tração vítreo retinianas causadoras ou potencialmente causadoras de descolamentos de retina localizados. A remoção do vítreo pode trazer uma acalmia da proliferação, muito favorável à estabilização da doença.
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