O olho seco ocorre quando a superfície ocular não recebe lubrificação suficiente devido a disfunções da lágrima.

Falamos de olho seco em situações em que a quantidade e ou a qualidade das lágrimas não é adequada para lubrificar a superfície ocular. As lágrimas, são necessárias para manter saudável a superfície ocular, mantendo a transparência, por forma a que a visão seja clara. A instabilidade das lágrimas provoca inflamação e alterações da superfície ocular. É um problema comum e geralmente crónico. 

Os olhos ficam desconfortáveis. O doente sente picadas e ardor, sintomas que podem surgir em ambientes de ar seco, como num quarto com ar condicionado ou a bordo de um avião, ou após olhar para um ecrã de computador ao final de algumas horas.

Os sinais e sintomas do olho seco afetando ambos os olhos são:

  • Sensação de picadas, ardor e arranhar nos olhos
  • Acumulação de muco ao canto dos olhos
  • Sensibilidade à luz
  • Olhos vermelhos
  • Sensação de corpo estranho
  • Lacrimejo como resposta a irritação 
  • Visão turva
  • Dificuldade em suportar lentes de contacto

O filme lacrimal tem 3 camadas, oleosa, aquosa e mucosa. Esta combinação mantém a superfície ocular lubrificada e transparente. O olho seco pode ter variadas causas.

As alterações da lágrima podem ter origem em problemas hormonais, autoimunidade, inflamação das glândulas palpebrais ou doenças alérgicas. Para algumas pessoas a causa está numa produção insuficiente ou num aumento da evaporação.

A diminuição da produção, pode provocar uma queratoconjuntivite seca, e pode estar relacionada com a idade, com algumas doenças como a síndrome de Sjorgen, doenças alérgicas, reumáticas (por ex. º artrite reumatoide), lúpus, esclerodermia, deficiência de vitamina A, e outras.

Alguns medicamentos, como os anti-histamínicos, descongestionantes, antidepressivos, para mencionar alguns, que podem contribuir para a secura ocular.

Outras situações como o abuso de lentes de contacto que causa dessensibilização da córnea, e a cirurgia refrativa por laser que provoca lesão dos nervos da córnea, 

Que indiretamente provocam diminuição da secreção lacrimal.

Por outro lado, temos de considerar as situações relacionadas com o aumento da evaporação. Esta pode ser a causa, por exemplo, da sensação de ardor, com o uso prologado do computador, a diminuição da frequência do pestanejo leva a uma evaporação excessiva que pode causar os sintomas.

Neste caso incluímos também as situações, com a produção da camada oleosa diminuída por redução da produção ou por mau funcionamento das glândulas palpebrais (as glândulas de meibomius):

Na blefarite

Em caso de diminuição da frequência de pestanejo, na doença de Parkinson ou na concentração em determinadas tarefas, com a leitura, condução ou o trabalho no computador

No entrópio (o bordo palpebral voltado para dentro) e no ectrópio (o bordo palpebral voltado para fora. A função palpebral alterada, em ambos os casos, leva a uma exposição prolongada do olho com consequente evaporação da lágrima.

Em condições de vento, fumo, ar seco

Como fatores de risco, de olho seco, consideramos a idade, ter mais de 50 anos, pois a produção de lágrima diminui com a idade. As mulheres, pelas alterações hormonais da gravidez, uso de anticoncecionais e menopausa. Ter uma dieta baixa em Vitamina A.

O uso prolongado de lentes de contacto e a história de cirurgia refrativa por laser são também fatores.

As alterações referidas ocasionam complicações, como infeções oculares, perdida a proteção da superfície ocular pela ausência da lagrima. Sobretudo a córnea pode sofrer abrasões e posteriormente úlceras com perda de transparência a baixa de acuidade visual. A qualidade de vida fica também diminuída pela dificuldade em realizar certas tarefas.

Quem tem olho seco deve, pois, evitar situações em que haja ambientes com ar seco ou de ar soprado diretamente para os olhos, secadores de cabelo, ar condicionado ou ventoinha, proteger os olhos com óculos com proteção superior e lateral, em ambientes com muito vento. Fazer intervalos em tarefas em que vai fixar muito, no caso do computador ou leitura prolongada, e colocar lagrimas artificiais ou pestanejar repetidamente. Neste caso é também útil que o monitor esteja abaixo dos olhos. Isso evita os olhos estarem tão abertos, reduzindo a evaporação da lagrima.

Evitar fumar, usar lagrimas artificiais com frequência, são também cuidados a ter.

O diagnóstico incluí a história clínica do doente que pode lançar luz sobre a origem do olho seco, avaliando patologias locais, como as doenças da pálpebra e gerais como as alterações endócrinas e as doenças autoimunes.

Os testes de avaliação da lágrima são simples. O teste de Schirmmer que avalia a quantidade de lágrima produzida. Consiste na aplicação de uma tira de papel de filtro com marcações em mm, colocada na parte interna da pálpebra inferior. Ao final de 5m o médico observa até onde a tira ficou molhada e tem uma ideia da quantidade de lagrima. O BUT (breakup time) mede o tempo de evaporação da lágrima, observando ao bio microscópio a rotura do filme lacrimal, após a aplicação de um corante. Isto dá-nos a ideia da qualidade da lágrima. São testes simples, mas uteis, numa avaliação rápida da situação na consulta.

A CPO adquiriu recentemente um aparelho que permite avaliar a lágrima, na quantidade e qualidade, de uma forma mais precisa que os referidos testes.

O tratamento do olho seco reduz-se nos casos mais leves à utilização frequente de lagrimas artificiais.

Nos casos mais severos, o tratamento consiste no controle de situações de doença subjacente e também na melhoria da qualidade ou da quantidade de lágrima, impedindo neste último caso a rápida eliminação da lágrima pelas vias lacrimais. 

As doenças subjacentes, tratadas como as doenças das pálpebras por si só resolvem na maior parte dos casos o problema. A situações inflamatórias das pálpebras, são causa frequente de olho seco e o seu tratamento, incluindo anti-inflamatórios locais e antibióticos, pode remover a causa.

 Identificar um medicamento que provoque reação alérgica, retirado ou substituído, resolve o problema. É o caso da reação a colírios de uso prolongado, como sucede com o tratamento medico do glaucoma. 

Outras formas de tratamento, como os inserts (pequenos grãos de hidroxypropil celulose) colocados no fundo de saco inferior (por dentro da pálpebra) libertam lentamente substância lubrificante. 

As drogas que estimulam a secreção lacrimal como a pilocarpina em colírio. Em casos em que nada mais resulta, o uso de colírio de soro autologo (feito a partir do sangue do doente) pode ajudar.

Outras formas de melhorar os sintomas:

– A colocação de tampões nos orifícios dos canais lacrimais (os canais que drenam a lagrima para as fossas nasais), impedem a eliminação conservando a lagrimas mais tempo no olho.

– O tratamento de luz pulsada (laser) é uma forma de estimular a produção das glândulas de meibomius. Tem bons resultados nos casos em que a camada lipídica da lagrima está reduzida.

Na CPO introduzimos recentemente este laser com excelentes resultados.

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