Daltonismo

O Daltonismo é uma condição que afeta a nossa capacidade de distinção e perceção das cores.

O daltonismo é uma condição que afeta a nossa capacidade de distinção e perceção das cores.

A cor é um elemento fundamental integrante da vida quotidiana.

Muitos aspetos da vida moderna exigem, cada vez mais, uma interpretação correta das cores. Dada a importância da cor como elemento de comunicação, é compreensível que defeitos da visão cromática acarretem complicações socioculturais. Estas alterações apresentam impacto a vários níveis, podendo comprometer o processo de ensino/aprendizagem, até mesmo, no desempenho de certas profissões.

O interesse e a curiosidade sobre o fenômeno da visão cromática, ou seja, a visão das cores, remontam à antiguidade, com especulações feitas por vários filósofos e cientistas. Porém foi a partir do século XVIII que se iniciaram os primeiros estudos sobre a visão cromática que apresentavam um maior rigor e impacto científico. Entre as várias personalidades que se debruçaram sobre esta temática encontra-se John Dalton, ele próprio portador de alterações da visão cromática, o que em 1798 deu origem ao termo daltonismo.

Com a evolução do conhecimento científico, descobriu-se que a capacidade de distinguir cores depende da luz que é refletida por todos os corpos e objetos que nos rodeiam. Isto é, do conjunto total de luz recebida por um objeto, parte dela é absorvida, enquanto a restante é refletida. O olho tem a capacidade de identificar os vários comprimentos de onda refletidos, de onde destacamos o vermelho (580nm), o verde (540nm) e o azul (450nm). A combinação daquelas 3 cores permite a visão de todo o espectro de cores.

As células responsáveis por receber os vários estímulos luminosos são as células fotorreceptores, localizadas na retina, sobretudo na mácula que tem maior concentração de cones, as células recetoras. Os cones são as células que nos permitem ver nítido durante o dia e a visão das cores. Há outro tipo de fotorreceptores, os bastonetes, que são muitos mais numerosos na retina periférica, mas são especializados em visão noturna e só vêm a escala de cinzentos (vêm a preto e branco).

Alguns estudos abordam as diversas dificuldades com que se deparam os indivíduos com daltonismo, ao longo da sua vida.

A cor é usada como ferramenta de ensino, encontrando-se inserida em diferentes áreas do conhecimento. No início do seu percurso escolar, algumas crianças apresentam um menor rendimento devido à forma incorreta como descrevem objetos comuns e/ou como os pintam.

Assim como no ensino, a interpretação da cor exerce um papel importante em diversas áreas profissionais. Existem carreiras profissionais que não podem ser exercidas por indivíduos com daltonismo, como exemplo, o serviço militar.

De um modo geral, os doentes reportam dificuldades com materiais didáticos, práticas de ensino, interações com colegas e professores, já a partir do início da socialização secundária.

Na idade adulta referem, sobretudo, dificuldades relacionadas com a descodificação de sinais de trânsito. Os doentes desenvolvem algumas habilidades de para ultrapassar as dificuldades, relacionadas com as suas necessidades sociais, educacionais e de trabalho.

Apesar da sua importância, a temática das alterações da visão cromática é muitas vezes negligenciada, não lhe sendo dada a devida importância.

O daltonismo leva à ausência de perceção de algumas cores ou perceção de uma cor diferente da real. O termo científico para as alterações da visão cromática é discromatópsia, tratando-se da ausência ou deficiência na perceção de um ou mais espectros de cor.

É possível dividir as alterações cromáticas em dois grandes grupos – defeitos congénitos e defeitos adquiridos.

Os defeitos congénitos, estão presentes desde o nascimento, e constituem a maioria dos casos na população em geral e atingem 8%, dos quais 1% são mulheres e 7% homens.

Dentro dos defeitos adquiridos, as lesões encontradas tendem a afetar com maior frequência a perceção da cor azul, onde a causa poderá estar relacionada com patologias sistémicas, como por exemplo a hipertensão arterial e a diabetes mellitus, ou devido a patologias oculares, como a retinopatia pigmentar.

A distinção dos dois tipos de alteração fará com que o paciente tenha o melhor encaminhamento possível.

O diagnóstico do tipo de daltonismo pode ser realizado através do auxílio de exames da visão cromática, como por exemplo o Teste de Ishiara e o Farnsworth.

Um indivíduo tricromata normal, identifica todo o espectro visível ao ser humano. Um tricromata anómalo, tem alterações na identificação de uma das três cores primárias. Se a alteração ocorrer para a cor vermelha dá-se o nome de protanomalia, para a luz verde deutanomalia e para a luz azul tritanomalia. As situações de defeito do eixo vermelho-verde são as mais frequentes, e estima-se que 5% dos homens sejam deutanómalos também. Efeitos envolvendo os cones azuis são raros.

Apesar de o daltonismo não ter cura, existem várias estratégias para a população daltónica que permitem diminuir as dificuldades sentidas no dia a dia, como, por exemplo, aplicações de códigos associados a cada cor ou através de óculos especializados.

Ainda assim, cada indivíduo daltónico pode criar e dinamizar as suas próprias estratégias, tendo sempre como objetivar agilizar e facilitar o dia a dia, sem que a sua alteração visual afete o seu bem estar e a vida sociocultural.

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