A hipermetropia é um defeito de refração caracterizado pela focagem das imagens num plano atrás da retina.

A hipermetropia é um defeito de refração caracterizado pela focagem das imagens num plano atrás da retina. Disto resulta que a imagem dos objetos mais perto dos olhos fique desfocada.

Nestes casos o comprimento axial do olho é pequeno ou o conjunto córnea/cristalino não consegue fazer convergir os raios luminosos na retina. No entanto os objetos longínquos ficam focados e os pacientes com este defeito vêm, quando mais jovens, muito bem ao longe sem qualquer correção. Daí o nome de hipermetropia (que vê bem ao longe). Com idade e a consequente perda da capacidade de acomodação, manifestam-se os primeiros sintomas.

A prevalência da hipermetropia é alta nas crianças embora a grande maioria fique emetrope (diz-se de alguém que vê bem em qualquer distância, sem recurso a qualquer tipo de correção) pelos 10 a 15 anos devido ao crescimento e consequente aumento do comprimento axial.

Aumenta, no entanto, com a idade, devido à perda de acomodação do cristalino.

Hipermetropia 2

Um jovem até à adolescência tem uma capacidade de acomodação (a capacidade de o cristalino focar) elevada. Por esse motivo, nas crianças e adolescentes, passa por vezes desapercebido. Eles compensam (focam) facilmente 2 ou 3 dioptrias (falamos em dioptrias como unidade de medida do grau de defeito de refração). Uma criança tem uma capacidade de focagem até cerca de 16 dioptrias. Logo, a hipermetropia pode não ser detetada, sobretudo se o valor dióptrico não for muito elevado. E conseguem por isso ler muito perto dos olhos.

Valores mais elevados a partir das 4 dioptrias já poderão dar alguns sintomas sobretudo na visão de perto, ou de leitura.

Os sintomas são geralmente de cefaleia ou mau estar, olhos vermelhos e coceira após a leitura mais prolongada. Na leitura, os olhos precisam focar 3 dioptrias correspondente à distância de perto. Se acrescentarmos as 4 ou 5 dioptrias de hipermetropia podemos imaginar o cansaço ocular de manter a focagem durante muito tempo. Os adultos jovens apresentam os primeiros sintomas, inicialmente na leitura e, mais tarde também, na distância.

Em algumas crianças com hipermetropia elevadas de 5 ou mais dioptrias, o primeiro sinal pode ser o aparecimento de um estrabismo.  A criança entorta um olho quando fixa de perto. Dado que a acomodação (focagem de perto) está diretamente ligada à convergência (quando fixamos para perto os nossos olhos convergem por forma a manter a binocularidade), o excesso de acomodação, necessário para focar as tais 7 ou mais dioptrias, provoca um excesso de convergência com o aparecimento do estrabismo de acomodação.

Mais uma vez chamamos a atenção da necessidade da observação precoce das crianças em idade pré-escolar, sobretudo em casos em que haja história familiar.

A sintomatologia e o exame objetivo realizado pelo médico ao fazer a refração são os passos essenciais ao diagnóstico.

A correção será feita com óculos ou lentes de contacto. Também a simples utilização de óculos de correção resolve facilmente a referida questão do estrabismo acomodativo.

No adulto será quase sempre possível recorrer à cirurgia refrativa. A correção da hipermetropia por LASIK (com laser de excimer) apresenta algumas dificuldades, devido às particularidades anatómicas do olho hipermetrope. A córnea é geralmente mais plana o que predispõe mais à regressão do tratamento. A estabilização da refração é também tardia, pois a hipermetropia vai manifestar.se cada vez mais com a perda de acomodação relativa à idade (hipermetropia latente).

O estudo prévio destes doentes, deve sempre incluir um exame, a cicloplegia. Neste exame são colocadas gotas nos olhos com um medicamento que paralisa, temporariamente, a acomodação do cristalino. Isto permite avaliar toda a hipermetropia do olho pois não há interferência da acomodação.  A diferença entre os valores dióptricos encontrados antes e depois da realização do exame dá-nos a hipermetropia latente. Se o valor for muito elevado, saberemos que o doente vai ficar ao longo do tempo com mais hipermetropia.

A cirurgia deve ser um compromisso entre o valor dióptrico existente na altura de ser operado e que julgamos, baseados na observação, o doente irá suportar. Por estas estas razões a cirurgia deve fazer-se o mais tarde possível, pois o risco de voltar a manifestar-se é razoável.

A cirurgia por lente fáquica nem sempre é possível por a profundidade da câmara anterior ser geralmente insuficiente, pois são olhos pequenos (com comprimento axial inferior ao normal).

Os doentes hipermetropes, que não querem usar óculos são geralmente aconselhados, uma vez instalada também a presbiopia, ou vista cansada, a uma cirurgia de troca do cristalino por uma lente multifocal, resolvendo assim a visão a todas as distâncias.

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