Oculoplástica 1

A Oculoplástica avalia as estruturas que se encontram à volta dos olhos, as pálpebras, as órbitas (cavidade óssea onde se encontram os olhos) e as vias lacrimais.

A Oculoplástica recomenda e realiza as ações terapêuticas apropriadas, quer médicas ou cirúrgicas. Estas incluem a terapêutica de patologias e também as de ordem estética, relacionadas com o envelhecimento ou com a reconstrução, por traumatismo ou remoção de tumores. Os aspetos estéticos da área peri-ocular são uma área muito importante de atuação, desde a prevenção de sinais de envelhecimento à reposição de volumes e reestruturação harmoniosa do andar superior da face

As pálpebras são estruturas com esqueleto cartilaginoso revestido por uma camada de pele muito fina (a mais fina de todo o organismo), e têm como principais funções a proteção do globo ocular e o auxílio na secreção, distribuição e drenagem da lágrima. Os cílios, localizados no bordo das pálpebras, fornecem igualmente proteção ao olho, visto que servem de barreira à entrada de poeiras e microrganismos. É nesta zona que se localizam as glândulas sebáceas responsáveis pela produção de lípidos constituintes da camada lipídica da lágrima, onde se incluem as glândulas de Meibomius e Zeiss.

Outra das estruturas avaliadas é a Órbita. Corresponde à cavidade óssea onde estão inseridos os olhos, os músculos extraoculares, nervos entre os quais o nervo óptico,  vasos sanguíneos e a gordura retrorbitária.

A patologia das pálpebras é vasta. Muitas alterações podem estar relacionadas com a idade, enquanto outras poderão estar associadas a agentes inflamatórios, infeciosos, traumáticos e ainda a tumores.

Dentro das alterações anatómicas podemos encontrar a ptose, o entrópio, ectrópio e a retracção palpebral.

  • A ptose corresponde à alteração da posição da pálpebra superior, que está descaída, podendo afetar o eixo visual, apresentando diferentes causas – congénita, senil, traumática, associada a patologias sistémicas ou autoimunes, como a miastenia de gravis, entre outras.
  • O entrópio é uma alteração da pálpebra que enrola para dentro (geralmente a inferior) originando lesões na superfície ocular por fricção constantes dos cílios na superfície.
  • No ectrópio a pálpebra inferior vira para fora, expondo a conjuntiva palpebral, deixando o olho desprotegido e com dificuldades de lubrificação. Pode estar relacionado com a idade devido à perda de tonicidade do músculo palpebral (o orbicular), traumatismos, tumores. Dado que, neste caso, a pálpebra não encerra completamente e de forma correta a fenda palpebral, há um défice de lubrificação, com alterações distróficas e inflamatórias quer da pálpebra, quer da superfície ocular.

Outra patologia comum que afeta a pálpebra são os quistos com ou sem inflamação, onde se incluem os calázios e os hordéolos (vulgo terçol ou terçolho).

A triquíase e a distiquíase são patologias que afetam as pestanas, sendo que na primeira estas têm um crescimento para dentro do olho e na segunda as pestanas crescem numa localização anómala. Em ambos os casos pode existir fricção das pestanas na superfície ocular, causando lesões corneanas, desconfortáveis e potencialmente gravosas para a visão.

As lágrimas produzidas pela glândula lacrimal principal, situada na fossa lacrimal, na parede superolateral da órbita e são espalhadas pelos movimentos da pálpebra (o pestanejo) na superfície ocular. Posteriormente passam aos pontos lacrimais, daí para os canalículos lacrimais e para o saco lacrimal, onde se acumulam. São mais tarde, finalmente, eliminadas através do canal lacrimo nasal para as fossas nasais. A lágrima é constituída por água, minerais, proteínas, lípidos e enzimas (lisozima, destrói a parede celular de muitas bactérias) antibacterianos. Qualquer alteração do equilíbrio produção/drenagem lacrimal terá repercussão no conforto e saúde da superfície ocular.

Alterações nas vias lacrimais originam quadros de epífora (lacrimejo), quando existe dificuldade ou mesmo impedimento na drenagem para as fossas nasais, causadas por processos inflamatórios ou mecânicos.

A impossibilidade de drenagem do saco lacrimal por oclusão do canal lacrimo nasal, leva à acumulação de lágrima e bactérias arrastadas por aquelas. Assim a proliferação bacteriana acaba por provocar uma infeção do saco, de forma aguda e muito dolorosa, a dacriocistite.

A dacriocistite é uma infeção do saco lacrimal. Pode formar um abcesso, havendo necessidade de terapêutica antibiótica sistémica, que nem sempre resolve, sendo por vezes de ser drenado, por punção. Quando são muito repetidas, terminam por vezes com a ablação definitiva do saco lacrimal (dacriocistectomía). Quando há obstrução do canal lácrimo nasal, com epifora, é necesario fazer uma cirurgia, hoje em día simplificada pela utilização de um laser, que restabelece a passagem, vencedo a obstrução (dacrocistorinostomia).

A Oculoplástica permite também avaliar e tratar situações em que é necessário o esvaziamento ou remoção do globo ocular (evisceração/ enucleação) devido a atrofia, tumores ou dor crónica grave (caso por ex. do glaucoma neovascular) em olhos sem visão útil, e a respetiva reconstrução estética.

Por norma a observação dos aspetos oculares externos ao biomicroscópio, pelo médico oftalmologista, durante a consulta, será suficiente para o diagnóstico de algumas das patologias referidas acima.

Na patologia das vias lacrimais, da orbita (fraturas e tumores) é muitas vezes necessário recorrer à imagiologia com injeção de contraste, caso da dacrioscistografia (estuda as vias de excreção da lágrima, para identificar as obstruções e sua localização), realizada com Raios X e em casos de tumores ou fraturas da orbita o recurso ao TAC e à RM são habituais.

As patologias que englobam a área de estudo da Oculoplástica são muito variadas e, consequentemente, o mesmo acontece com a terapêutica usada. Como já se referiu pode ser médica ou cirúrgica, dependendo dos casos. A primeira refere-se sobretudo a situações de caracter infecioso como a dacriocistite, ao uso de lubrificantes como adjuvantes da lágrima, anti-inflamatórios, em colírio ou na forma oral.

Nas reconstruções por traumatismo ou tumores é sempre necessário recorrer a cirurgia, que em casos mais difíceis podem ser várias.

Com carácter cosmético, ta Oculoplástica tem um papel importante ao nível do rejuvenescimento facial, com a aplicação de Toxina Botulínica, Ácido Hialurónico ou bio estimuladores, com o objetivo prevenir   ou tratar o aparecimento de sinais de envelhecimento como rugas faciais e peri oculares, reposição de volumes perdidos, remoção de bolsas de gordura nas pálpebras (vulgarmente denominados de “papos”), etc.

Noutros casos ainda é necessário recorrer à cirurgia, como na blefaroplastia para tratar as pregas palpebrais, no entrópio e do ectrópio, na dacriocistectomia e na dacriocistorinostomia (a primeira para retirar o saco lacrimal, a segunda para restabelecer o canal lacrimo nasal).

  • Marcação de consulta

    Escolha a especialidade ou o médico e faça a sua marcação online.
    Marcar
  • Contactos

    Tem dúvidas de como podemos ajudar? Entre em contacto connosco.

  • Horários

    • 2ª a 6ª feira
      09h - 20h
    • Feriados nacionais
      Encerrado
  • App CPO

    Se já é cliente CPO, faça download da nossa app para efetuar marcações.
    Android iOS