A cirurgia de transplante de córnea consiste na substituição total ou parcial da córnea danificada por uma córnea saudável.

O transplante de córnea consiste na substituição total ou parcial da córnea danificada por uma córnea saudável. A este procedimento chamamos queratoplastia.

Este procedimento cirúrgico está indicado em casos de perda de transparência da córnea, deformações no seu formato, perfurações ou na presença de cicatrizes que dificultem a visão.

A córnea é uma estrutura transparente, sem vasos sanguíneos, localizada na parte anterior do globo ocular e composta por diversas camadas, com diferentes funções.

A córnea é considerada saudável quando a sua estrutura não apresenta opacidades, tem uma espessura normal, e possui uma curvatura normal, permitindo que as imagens sejam focadas de forma nítida na retina. Para garantir uma boa qualidade de visão, é fundamental que a córnea mantenha a sua transparência e integridade. Quando apresenta lesões irreversíveis, poderá estar recomendado um transplante de córnea.

Segundo dados do Serviço Nacional de Saúde, são realizadas cerca de 900 intervenções de transplante de córnea por ano em Portugal.

Para que se possa realizar um transplante de córnea, é necessário que exista uma córnea doada através de um banco de tecidos e que se possa aplicar no doente a operar.

A técnica cirúrgica escolhida deve ter em consideração o motivo pelo qual se realiza o transplante de córnea e quais as camadas da córnea que, estando envolvidas na doença, é necessário transplantar. Quando todas as camadas da córnea são transplantadas, estamos perante uma queratoplastia penetrante. Quando apenas algumas camadas da córnea são transplantadas , o procedimento é denominado queratoplastia lamelar. As queratoplastias lamelares podem ser divididas em posteriores, quando envolvem as camadas mais profundas da córnea e anteriores, quando envolvem as mais superficiais.

Havendo muitas vezes alternativas em fases precoces das doenças, o transplante de córnea é tipicamente realizado em estadios mais avançados e/ou em formas graves de doenças corneanas, tais como o queratocone, ou outras patologias degenerativas da córnea, distrofias corneanas como a distrofia de Fuchs, cicatrizes de diferentes origens, queimaduras químicas ou lesões traumáticas.

A duração de um transplante de córnea de córnea, depende da técnica cirúrgica escolhida. Em média, uma queratoplastia penetrante ou queratoplastia lamelar anterior dura entre 45 e 60 minutos, enquanto uma queratoplastia lamelar posterior dura cerca de 20 a 30 minutos.

A anestesia utilizada neste tipo de cirurgia poderá ser local, anestesia geral ou sedação, sendo decidida caso-a-caso.

O transplante de córnea é uma cirurgia relativamente frequente, com uma elevada taxa de sucesso.

Tal como noutros transplantes, existe o risco de rejeição, isto acontece porque o sistema imunitário reconhece o novo tecido como um agente externo e por isso tende a reagir contra ele. O risco de rejeição no transplante de córnea é de cerca de 1.9% a 20%, consoante a técnica utilizada e pode ocorrer durante os primeiros anos após o transplante, pelo que dever-se-ão realizar, frequentemente consultas com o oftalmologista.

Para além do risco de rejeição, poderá ocorrer um descolamento dos transplantes lamelares. Associados à cirurgia de transplante de córnea estão os mesmos riscos de qualquer outra cirurgia intraocular, tais como infeções, edema macular, catarata secundária, glaucoma secundário ou descolamento de retina, entre outros.

A recuperação após o transplante de córnea é gradual e poderá ser diferente consoante o tipo de técnica utilizada. Geralmente, os transplantes lamelares, proporcionam uma recuperação mais rápida, uma melhor acuidade visual e um menor risco de infeção ou rejeição.

É comum o aparecimento de erros refrativos, como o astigmatismo, após o transplante de córnea, que pode atingir em média 4 dioptrias (no caso de transplantes penetrantes), um ano após a cirurgia. Para reduzir o astigmatismo, os pontos são retirados gradualmente e, por norma, alguns meses após a cirurgia, dependendo da técnica utilizada.

Como se trata de uma cirurgia importante e em que a colaboração do doente é essencial, o recomendado é que sejam sempre seguidas as instruções do médico e  haja assiduidade a todas as consultas de seguimento.

 

 

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