A perimetria estática computorizada (PEC) é um exame de diagnóstico que permite qualificar e quantificar, detalhadamente, qualquer alteração do campo visual através do estudo topográfico da sensibilidade retiniana.

A perimetria estática computorizada (PEC) é um exame de diagnóstico que permite qualificar e quantificar, detalhadamente, qualquer alteração do campo visual através do estudo topográfico da sensibilidade retiniana.

Para a realização da perimetria estática computorizada não é necessária nenhuma preparação prévia. A duração do exame depende do programa selecionado e da colaboração do paciente, podendo variar entre 10 minutos a 1hora.

O paciente coloca o queixo na mentoneira do aparelho, e terá de manter a fixação, durante todo o exame, num ponto central que surge dentro da cúpula do perímetro. A cabeça deve permanecer imóvel. Ao longo da perimetria estática computorizada, são apresentados estímulos luminosos de diferentes intensidades e diferentes tamanhos em diversos lugares da cúpula. Sempre que identificar os estímulos, o paciente tem de premir o botão existente para o efeito. O exame pode ser realizado monocularmente, ou seja, um olho de cada vez ou binocularmente, dependendo do tipo de estudo que se quer efetuar.

É importante que os erros refrativos do paciente sejam corrigidos, através da utilização de lentes corretivas da ametropia existente, pois caso não seja feito, poderá verificar-se uma diminuição generalizada da sensibilidade retiniana, o que origina falsos resultados.

O campo visual é definido como a área do espaço que engloba todos os objetos observados, simultaneamente, por um olho em fixação estável. Isto é, a área em que conseguimos identificar objetos mais periféricos sem os procurar, mantendo o olhar num ponto central fixo.

Pode ser avaliado, o central e o periférico. O central compreende os 30 graus mais centrais, o que corresponde à área de maior sensibilidade retiniana e que assegura uma maior discriminação visual. No campo visual periférico, a área de perceção é mais vasta e estende-se a mais de 150 graus, sendo que tem uma menor sensibilidade retiniana. Num ângulo de visão de 180 graus, considera-se que os 120 graus centrais são visualizados pelos dois olhos em simultâneo, enquanto os 30 graus mais periféricos, de cada lado, são visualizados apenas por um olho.

A campimetria pode ser cinética, estática ou computorizada:

  • Cinética, quando o estímulo luminoso é deslocado ao longo dos meridianos e a pessoa se apercebe dele em movimento.
  • Estática, quando o estímulo luminoso aparece estático.
  • Computorizada, em que o exame dos campos visuais é uniformizado, sem que dependa tanto da subjetividade do doente. A técnica mais utilizada é a perimetria estática computorizada.

O termo perimetria é referente ao exame de campo visual realizado por um instrumento em forma de arco ou cúpula, com o olho localizado no centro da curvatura, permitindo que o estímulo luminoso permaneça numa distância constante do olho.

Na perimetria estática computorizada, a avaliação do campo visual é feita com base na determinação dos limiares de sensibilidade retiniana, através da projeção de estímulos luminosos com intensidades diferentes (progressivamente menor), em localizações definidas pelo computador, de acordo com o programa de teste escolhido, técnica que embora mais precisa, tem sempre o resultado dependente de fatores externos, como a colaboração do paciente – que pode ser afetada pelo seu estado físico e/ou psicológico, experiência (os exames realizados repetidamente acabam por treinar os doentes) – e tempo de duração do exame.

O técnico que explica e monitoriza o exame tem um papel fundamental na obtenção de uma perimetria estática computorizada o mais fiável possível, garantindo que o paciente percebeu bem o exame e que as suas respostas são coerentes, orientando o paciente nesse sentido.

Existem alguns parâmetros que devem ser avaliados e ter em especial atenção quando é feita a analise da perimetria estática computorizada, são eles o limiar de sensibilidade e os índices de fiabilidade.

O limiar de sensibilidade define qual o estímulo de intensidade mínima visto pelo paciente para cada ponto do seu campo visual. O cálculo deste limiar é apresentado em decibéis, desta forma, quanto maior o número apresentado em decibéis, menor é a intensidade do estímulo observado. O limiar de sensibilidade determinado para cada ponto é influenciado por diversos fatores, tais como o tamanho, duração e cor do estímulo apresentado, assim como a iluminação da cúpula do perímetro, que deve ser definida e não variar de exame para exame no mesmo paciente. Geralmente, o estímulo utilizado é branco, sobre fundo branco. Para além disso, também a idade do paciente tem de ser tida em consideração. É normal que o limiar de sensibilidade diminua com o avançar da idade. Sabe-se que a sensibilidade dos pontos retinianos periféricos decresce mais que dos pontos retinianos centrais.

Os índices de fiabilidade permitem avaliar a congruência nas respostas do paciente, analisando assim a qualidade do exame realizado. Existem formas de avaliar a credibilidade do exame, através da análise do número de falsos-negativos, falsos-positivos e das perdas de fixação. Estes índices são apresentados, juntamente com a duração do exame no relatório final do aparelho.

O número de falsos negativos, representa a quantidade de vezes que o paciente não identifica um estímulo mais intenso, num local em que o limiar já foi previamente determinado, ou seja, num local em que anteriormente já tinha sido assinalado um estímulo luminoso menos intenso. Geralmente, consideram-se fiáveis exames com taxa de falsos negativos inferior a 30%, no entanto, em pacientes com perda de campo visual, este valor pode ser mais elevado.

O número de falsos positivos, representa a quantidade de vezes que o paciente identifica o estímulo sem que nenhum estímulo tenha sido apresentado. Por norma, consideram-se fiáveis exames com taxa de falsos positivos inferior a 15%.

O facto a perimetria estática computorizada ser um exame computorizado, possibilita uma grande diversidade na escolha do programa de avaliação permitindo, mais facilmente, adequar o programa à patologia em questão. Os aparelhos permitem ainda, comparar exames realizados anteriormente e quantificar as alterações existentes. Assim, temos capacidade de classificar o caracter evolutivo da patologia ao longo do tempo e orienta o médico na escolha da terapêutica e tratamento a aplicar.

Quando complementada e associada com outros exames e com a observação clínica em consulta, a perimetria estática computorizada permite o diagnóstico e o controlo da progressão de várias patologias que causam redução do campo visual periférico, e a presença de escotomas, ou seja, áreas isoladas em que existe perda total ou parcial de visão.

A perimetria estática computorizada mostra-se particularmente importante nas patologias do nervo ótico, tais como o glaucoma, e em situações de patologias retinianas, como a retinopatia pigmentar e patologias da via ótica, como de tumores cerebrais.

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